Suspiro, pela brisa do vento!…
Hoje, pela brisa da manhã…
Suspiro!…
Páro no tempo e escuto o sopro do vento. O vento que trás a lembrança do teu rosto. Do teu último abraço. Do teu último beijo. Do teu último olhar!
E suspiro!…
Onde estás tu? Que não te vejo?! Sim… Eu sei que estás por aí. Agora sei. Sei e sei-o porque não te tenho aqui. E vejo-me perdida. No ontem, no anteontem de amanhã…
E suspiro!…
E penso no hoje! No nosso ontem de hoje. No nosso anteontem de amanhã… Sim. Eu sei, que estás longe de mim, longe do meu olhar. Eu sei que estás aí. Que também estás aqui, trazido pela brisa do nosso ontem, no nosso hoje de amanhã…
E suspiro!…
E hoje?! Pergunto eu? Onde estás tu? Que não te encontro até onde os meus olhos alcançam… Até onde o meu pensamento se desfaz em ti.
E suspiro!…
Sim. Eu sei,… Eu quero que estejas aí. Fica. Fica até quereres estar. Por mim, por ti, por nós… Pelo nosso hoje, pelo nosso amanhã, pelo nosso hoje de amanhã…
E suspiro!…
Suspiro e pergunto-me? Como posso querer-te tanto?! Querer-te aqui e agora… Sempre aqui! Fecho os olhos na esperança de te trazer de volta. Trazer o teu último olhar, pela mesma brisa suave no sopro deste vento. Pelo mesmo sopro do vento que o levou.
E suspiro!…
E agora? Sim. Sim, eu sei. Eu sei que não sou fraca! Mas, que culpa tenho eu de te querer tanto! De procurar o olhar que já não o encontro. Prisioneira neste suspiro profundo, que me tortura o pensamento.
E suspiro!…
Sim. Eu sei. E tu também sabes. Sabes que me pões fraca! Sim, eu também sei que tu sabes. Sabes que não quero estar fraca! Fraca por dentro, fraca por fora, fraca ao pensar em ti.
E suspiro!…
Mas que raios!… Quem és tu?! Sim? Quem és tu?! Que me pões perdida entre o tempo de hoje e o tempo de ontem… No ontem! No ontem de hoje. Perdida neste hoje de amanhã. Que me agonias a mente. Que não vens trazido pelo sopro deste vento, cada vez mais violento e me estremece sempre que penso em ti. Que me agoniza a mente, sempre que te vê partir.
E suspiro!…
Pela brisa do vento que te trará de volta. Que te quer! Que te quer de volta ao alcance do meu olhar, do meu abraço, do meu beijo. Suspiro pela brisa do vento que devolva o meu sorriso ao encontro do teu.
E suspiro!…
Suspiro, pela brisa do vento!
Julieta ©