© Do alto dos teus saltos estendes um longo manto de indiferença com a tua passagem. Ele destrói sonhos de quem olha para ti com paixão, com a vontade de uma vida. Mas eu escondo os meus sonhos nos recantos mais longínquos e íntimos do meu coração, esperando mantê-los a salvo do teu manto destruidor, alimentando-os com a tua saudade quando não estás por perto, pois são apenas eles que devolvem ao meu coração a vontade de bater, a vontade de viver!
Mas os sonhos cresceram e o seu esconderijo já não é mais suficiente para os albergar em segredo. Vão explodir e fazer o meu amor por ti transbordar, derramado em cima do teu manto, pois o meu coração já não tem força para esconder o que se tornou maior que ele próprio, mais forte que ele próprio, mais real que ele próprio. Olho com desespero o sonho a esvair-se entre os meus dedos, que aperto, numa tentativa desesperada de o salvar do teu alcance, mas em vão. Só que este sonho acreditava nele próprio e dizimou o teu manto protetor com a incandescência do seu desejo, sobrepondo-se a todos os nossos pensamentos, vontades e crenças. Deixou-nos frente a frente, olhos nos olhos, obrigados a enfrentar a sua força, a sua razão.
Já não tens manto, já não tenho sonho. Fez o seu trabalho e legou-nos a nossa realidade: O nosso amor!
Amo-te.
Romeu
O texto é lindíssimo e de uma profundidade sem limites.
Muito obrigado pelo seu feedback.
Muito lindo!
Como alguém disse um dia: “O coração tem razões que a própria razão desconhece.” (Blaise Pascal).